Festa no Sesi Park

Cerrado Music apresenta a Cachorro Grande e bandas locais

A apresentação marca a primeira edição do festival que ocorre neste sábado (18), a partir das 21 horas, no Sesi Park.

15/04/2015

Foram oito anos de jejum, mas os gaúchos da banda Cachorro Grande tratam de preencher o vazio dos fãs cuiabanos com show memorável, neste sábado (18), na calorosa Cuiabá. Na bagagem, o resultado de outra viagem tropical dos gaúchos, só que desta vez, pela África, na Costa do Marfim.



A apresentação marca a primeira edição do Festival Cerrado Music, projeto idealizado para ampliar o alcance de bandas com foco na produção
independente e que atuam na capital mato-grossense. O evento será neste sábado (18), a partir das 21 horas, no Sesi Park. Performances de grafite e o lançamento do documentário “O Nascimento da Guitarra de Cocho” arrematam a programação.



Representando a música local, sobem ao palco do Cerrado Music as bandas Billy Brown e o Incrível Magro de Bigodes, Theo Charbel e as Piratas do Cerrado, Imitáveis, Última Forma e a Rirous. De acordo com o idealizador do festival, Dudi Ribeiro, a ocasião promove a interação entre uma expoente do movimento indie no Brasil e bandas promissoras que despontam em Mato Grosso.



“É grande o peso da banda gaúcha no cenário indie nacional. A Cachorro Grande é símbolo de banda independente. Uma banda que surgiu em 1999, início do movimento indie no Brasil e que é reconhecida como uma das expoentes do gênero. Eles são espelho do que qualquer banda indie hoje pode fazer”, comenta.



Além do intercâmbio entre as bandas, Dudi explica que o projeto também traz oportunidades. “Hoje os espaços são poucos e a iniciativa do Cerrado Music vem para fomentar a produção das bandas e apresentá-las a um público maior”, destaca.



Mistura revolucionária


Com a experiência de quem acumula 15 anos de estrada e sete álbuns de estúdio, o grupo porto-alegrense - formado por Beto Bruno (vocal), Marcelo Gross (guitarra), Rodolfo Krieger (baixo), Pedro Pelotas (teclados) e Gabriel Azambuja (bateria) - volta com tudo a Cuiabá. “Da última vez que fomos à cidade tivemos um show muito empolgante, a interação foi incrível e outros atributos ficaram na memória. Lembro que o nosso pianista, Pedro Pelotas, não esquece da comida muito saborosa. Estamos loucos para voltar!”, confidencia o vocalista Beto.





Sobre o novo disco, ele diz que é uma mistura da revolucionária psicodelia sessentista aliada aos encantos do som inglês importado de Manchester, que tomou o mundo de assalto nos anos 90. Mas nem só de passado vivem os gaúchos, que neste novo álbum mostram se reinventar com a criatividade de quem consegue fazer a conexão Rio Grande do Sul - São Paulo – Inglaterra - Costa do Marfim, num piscar de olhos.



Beto confirma que a Cachorro Grande continua fazendo o que faz com maestria: rock’n’roll inventivo e ousado, sem tirar os pés das cultuadas
raízes, e com a cabeça viajando pelos quatro cantos do mundo. Mas se o público está ávido por clássicos, Beto adianta: “Estamos no meio da turnê do nosso novo disco e a prioridade é o repertório dele. Mas é claro que vamos intercalar com as músicas dos discos antigos que nunca vamos deixar de tocar, como “Você não sabe o que perdeu”, “Hey Amigo”, “Que Loucura!” e “Sinceramente”.



Audiovisual e artes visuais



O Cerrado Music se apresenta ainda, como um terreno fértil para a interação entre diversas linguagens artísticas. A música é realçada por performances de grafite e o lançamento de um documentário amparado por ampla pesquisa musical. “O Nascimento da Guitarra de Cocho” narra o processo de criação de um instrumento híbrido desenvolvido pelo músico Caio Schlosser. O jornalista e pesquisador musical, Dewis Caldas responde pela direção e a produção, ficou a encargo de Aline Camargo Caldas.



Representando o grafite, os artistas Babu Seteoito, Gora e Azzedo vão para o Cerrado Music colocar a criatividade à prova. Ainda que de expressões diferentes, eles ressaltam que a música é o elo entre eles e a arte urbana que desenvolvem. “O grafite, apesar de ser arte visual, está ligado a um movimento musical. No caso, o rap, mas que também ganha vulto ao som do rock”, explica Babu.


Segundo ele, a performance é uma parceria com a Mestre Dalma - marca de camisetas idealizada por Dudi Ribeiro – e vai resultar em um novo produto. “Além de ser idealizado com a documentação e posterior disponibilização em alguma plataforma na internet, os suportes de compensado serão recortados em forma de camisetas para serem grafitados”. A boa é que logo, a Mestre Dalma deve colocar no mercado uma linha de camisetas com assinatura de grafiteiros locais. Não é de hoje que a empresa promove também, a divulgação de ilustradores mato-grossenses.