Beijo Gay

Victório Galli cita Veja e avalia fracasso da novela Babilônia

Em discurso na Câmara, o deputado Victório Galli, líder do PSC de Mato Grosso, abordou a queda na audiência da novela da TV Globo, Babilônia. Victório citou matéria da revista Veja onde aponta que um dos motivos do fracasso foi o beijo gay entre duas atrizes.

22/04/2015

Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

Segundo o deputado, nas comemorações dos seus 50 anos de existência, a Globo experimenta o seu maior fracasso de audiência, nesse meio século, naquilo que é tido como o seu maior produto, as telenovelas, com a exibição de Babilônia, há poucos dias lançada no chamado horário nobre.
Babilônia chegou a registrar 20 pontos de audiência em algumas noites, menos que a novela das 7. Um vexame, conforme a reportagem de Veja.
“Veja avalia que nem tudo é culpa do beijo gay, mas, não tenho dúvida que é, sim! E a trama já começa a ser reescrita, numa tentativa de ‘salvar’ a novela. E uma das alternativas é encurtar a história, e mostrar, em certos personagens, que o caminho da dignidade é a melhor opção, a exemplo da personagem que decidiu não vender seu corpo, se entregar à prostituição”, disse Victório.
Victório lembrou que o fracasso das novelas da Globo não é de agora: No ano passado a novela Em Família, que, por sinal, também exibiu um beijo gay entre dois rapazes, já apontava o recorde negativo de público do horário na Grande São Paulo.
Para buscar motivos da derrocada da novela Babilônia, Veja ouviu profissionais da produção televisiva. E entre as razões do fracasso de Babilônia, como mostram especialistas ouvidos pela reportagem, está o afamado beijo gay entre as atrizes de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, de 85 anos.
Conforme avalia Denise Tavares, professora do programa de pós-graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (UFF), "estamos vivendo um momento de maior conservadorismo na sociedade e, nesses momentos, as pessoas tendem a recorrer para aquilo que acreditam ser seguro".
Diz a matéria da Veja: “Sim, um beijo gay incomoda muita gente - e não apenas os evangélicos que hoje representam 22,2% da população, ante 64,6% de católicos, e que já vinham fazendo campanha há tempos contra os folhetins da Globo.”
Veja avalia que a emissora embarcou no beijo gay no momento em que sofria um ataque duplo. De um lado, a Record com a novela Os Dez Mandamentos. De outro, o SBT levando ao ar a opção "família" oferecida pela reprise da novela infantil Carrossel.
A Globo acelerou as pesquisas para entender como a crise se instalou tão rápido. A sondagem com donas de casa apontou que mostrar de supetão o beijo das lésbicas idosas foi o primeiro detonador da rejeição.
Babilônia se tornou o principal alvo de uma campanha que prega o boicote à novela, articulada pela Frente Parlamentar em Defesa da Família Brasileira, que divulgou uma nota de repúdio a Fernanda e Nathália. O texto, assinado pelo deputado João Campos (PSDB-GO) acusa a novela de trazer “de forma impositiva, para quase toda a sociedade brasileira, o modismo denominado por eles de ‘outra forma de amar’, contrariando nossos costumes, usos e tradições”.
O deputado Victório Galli, que é pastor evangélico, disse que, nesses 50 anos de aniversário da Rede Globo “fica como presente da grande maioria da sociedade brasileira a nossa repulsa contra a propaganda do crime, da prostituição, do homossexualismo”.
“A TV Globo deve primar pela ética e, como grande empresa que é, geradora de emprego e tendo o reconhecimento internacional pela qualidade técnica e artística de suas produções, deve ter como regra de procedimento a preservação da nossa cultura e dos nossos valores, pelo bem maior que é a família!”, disse Victório.